Tenho estado meio ausente aqui do blog e do facebook, que eu adoro, nesse fim de ano. O Natal é uma época que deixa as pessoas reflexivas e não poderia ser diferente comigo. Sou de família portuguesa, meus avós e meu pai são de Coimbra e a festa de Natal para nós sempre foi sinônimo de mesa farta, cheia de quitutes portugueses, que minha avó fazia como ninguém. Tempos muito felizes, dos quais sinto imensa saudade. Minha avó era uma dessas mulheres cheias de energia, que enchem uma casa de alegria. Meu avô idem, seu repertório de piadas e imitações parecia não acabar nunca... Já começávamos a nos divertir nos preparativos para a ceia:
- Ó Silvério, já botaste o peru para fora (da geladeira)?
Não precisa nem dizer o que ele respondia...
- Ó mulher, já botaste o bacalhau de molho?
E assim, entre piadas e receitas, preparávamos o nosso alegre Natal, tempo de amor, carinho e comilança farta!
Mas, por ironia do destino, meu avô faleceu em 25 de dezembro de 2001. Sentiu-se mal, talvez emocionado depois do último desses nossos Natais tão felizes. Em vez de voltar para casa e descansar, fiquei amparando minha avó, enquanto meu pai, minha mãe e minha irmã o levavam ao hospital. O pior aconteceu e por algum tempo, nossos Natais foram a lembrança desse dia tão triste. Minha avó não queria mais fazer ceia. Entregou-se à tristeza, e por mais que tentássemos, não ia mais para a cozinha. Voltar para a cozinha seria um indício de que ela havia superado a falta do meu avô, o que não aconteceu. Ela nos deixou em janeiro do ano passado, e ainda tentamos nos recuperar da falta que ela faz...
Em 2007, nossa pequena família ganhou um presente: o nascimento do Pedro Henrique, meu sobrinho. No Natal desse ano tínhamos reais motivos para sorrir e comemorar o aniversário de Cristo, agradecendo a Deus pela saúde do Pedro, apesar dos problemas na gravidez que a minha irmã teve. Foi aí que assumi os preparativos do Natal e convenci minha mãe a me ajudar, tarefa que ela abraçou com muito amor. Desde então, fazemos assim: minha mãe fica responsável pelos salgados e eu pelos doces.
Então nasceu a fantástica fábrica de rabanadas. Dia 23 e 24, me dedico quase integralmente a fazer bolos de frutas, pavê, rabanadas e outros doces que me derem na telha.
Minhas rabanadas são simples, mas super elogiadas. Meus segredinhos são usar leite morno açucarado e molhá-las uma a uma com a colher. O leite morno faz com que fiquem molinhas mais rápido. Outro segredo é usar margarina com sal para fritá-las ao invés de óleo. Ficam menos enjoativas. Também faço rabanadas de vinho, que dão mais um pouco de trabalho, pq o vinho geralmente está gelado e não tem como aquecer, né?
Esse ano aprendi a fazer o bolo de frutas no microondas, o que acelerou muito a produção! rsrsrs
Vejam que simples a receita:
Ingredientes
• Para o bolo:
• 3 unidade(s) ovos
• 1 e 1/2 xícara(s) açúcar
• 100 g margarina amolecida
• 1 xícara(s) farinha de trigo
• 1 colher(es) de sopa fermento em pó
• 1 xícara(s) coco fresco ralado
• 1/2 xícara(s) de vinho tinto
• 2 xícara(s) frutas cristalizadas picadas
Modo de preparo
Para o bolo, bata os ovos, acrescente o açúcar, a margarina, a farinha de trigo, o fermento, o coco e o vinho. Junte as frutas, misture suavemente, sem bater, e despeje em uma fôrma refratária grande para pudim.
Cozinhe por 10 a 12 min com 100% de potência.
Aguarde o tempo de espera de 20 min e desenforme.
Para quem vai fazer ceia de ano novo, #ficadica
Post dedicado ao Pedro Henrique, que reacendeu em nós a chama do Natal e é a continuação da tradição da minha avó. |
4 comentários:
Oi Juliana !
Adorei sua casinha, principalmente os bichanos que sou apaixonada.
Vou ficar por aqui, ok ??
beijinhos
olá Juliana.
Adoro rabanadas, e as suas me parecem realmente saborosas....
obrigada pela visita no blog.
É...Deus tira ...Deus supre....sempre temos que ter motivos que nos movem a fazer as coisas...Pedro Henrique é um motivo mais que especial, para a volta da comemoração do Natal....
bjão
mari
oi Juliana-
que coisa gostosa Nataal assim em failia, com bom humor -
namorei teu blog e vi que gosta de reciclagem e de gatos como eu -
eu tb tenho tres - e mais dois sob cuidados para doção - a minha casa é um gatil
adorei teu blog-
bj
lu
Que relato bonito, Juliana. Para uma noite de trabalho como a minha está sendo, ler sua postagem foi uma ótima pausa. Obrigado! :)
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